Copa do Mundo


Todos o jogadores com um só objetivo: Ganhar a taça do mundo
O parágrafo anterior resume a ideia do
fenômeno que é a Copa do Mundo: o trecho destacado compara a FIFA
(Federação Internacional de Futebol) às Organizações das Nações Unidas,
órgão mundial cujo objetivo principal é o de mediar as relações internacionais,
tendo a paz como meta. Ora, a ONU, o órgão mais importante da
comunidade internacional tem menos membros do que a FIFA: esse é um dado
alarmante. Isso faz com que tomemos consciência de que não temos
consciência real do significado deste torneio.
Historicamente, a Copa do Mundo surgiu
como fruto do antigo Torneio Olímpico de Futebol em 1924, na França,
organizado pela FIFA. O sucesso do evento foi tão grande que se pensou
em eleger o melhor time internacional de futebol a cada quatro anos,
independente dos Jogos Olímpicos. A primeira Copa aconteceu em 1930, no
Uruguai. A escolha pelo país se deveu em virtude de o Uruguai ser
considerado o melhor time na época, por ter vencido o Torneio Olímpico
duas vezes consecutivas. A primeira Copa do Mundo ainda havia sido
organizada nos mesmos moldes dos Jogos Olímpicos, em que apenas uma
cidade oferecia as instalações esportivas. A partir da segunda edição, em 1934, tornou-se regra distribuir os jogos pelo país que sedia o evento.
Um estudo de Orlando Duarte apresenta o aumento da
popularidade da Copa do Mundo desde 1930 até o evento de 2002. Os dados
variam de 434.500 pessoas no evento inicial, atingindo, em 2002, 2,5
bilhões de espectadores. É preciso lembrar que em 1930 não existia
televisão e havia muitas limitações nos meios de comunicação,
fato inimaginável nos dias de hoje. Essa visibilidade mundial que a
Copa do Mundo possui, faz dela um grande evento comercial. Isso
significa que a FIFA construiu um negócio bilionário, vendendo a sua
marca e seus direitos televisivos, ao oferecer às empresas globais a
maior oportunidade publicitária do mundo.
Outra coisa importante para pensar é que
não é apenas de futebol que vive a Copa do Mundo: economia e política
também fazem parte do pacote! A escolha do país-sede do evento ocorre a
partir de acordo entre investidores provados e instituições
governamentais, a partir de interesses políticos e econômicos comuns.
Além disso, a tensão da realização do mega evento é tão grande que a
FIFA tem recorrido a coberturas financeiras contra possíveis
cancelamentos de Copa do Mundo. Um exemplo que ficou bastante famoso foi
o da Copa de 2002, ocorrida no Japão e na Coreia do Sul, em que a FIFA
se assegurou contra cancelamentos decorrentes de terremotos ou de
instabilidade política.
Isso porque os interesses envolvidos num
evento do nível da Copa do Mundo de Futebol são muito maiores do que o
simples amor pelo esporte. Mas é claro que isso acontece por parte de
quem organiza. O lado de quem torce não tem economia e não tem política:
o espectador quer ver o seu país vencer. E de preferência, com futebol bonito. É só quando vemos um país inteiro parar para ver um jogo de futebol na televisão que conseguimos compreender as palavras de Kofi Annan.
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